quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

O Som do Amor


Título: O som do amor
Autora: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Ano: 2008 (original) - 2016 (Brasil)

As coisas têm o valor que se dá...


   Laura e Matt McCarthy é um casal ambicioso que aguarda pacientemente a morte do vizinho, Sr. Pottisworth, para herdar a mansão conhecida como Casa Espanhola. Por vários anos, Laura cuida do senhor idoso, alimentando o sonho de se tornar a dona da bem localizada mansão. Enquanto isso, Matt já vislumbra todas as reformas que farão como, enfim, proprietários de tudo aquilo. O que eles não esperavam era que o velho rabugento não deixaria nada no testamento, transferindo automaticamente a casa para uma parente distante e desconhecida pela pacata cidade.
   Isabel Delancey é uma viúva melancólica, que vive com os dois filhos, Kitty e Thierry. Sendo apenas violinista por toda a vida, não soube como ser mãe, nem dona de casa, quando seu marido morreu, há cerca de um ano. Com muitas dívidas para pagar, é com grande alívio que recebe a notícia de que acabara de herdar uma casa no interior da Inglaterra. Isso significava que não teria que vender seu precioso violino, única lembrança dos tempos em que era feliz, e que a vida de todos iria mudar drasticamente, mais uma vez.
   Quando as duas famílias se encontram, tudo vai sendo destruído: a confiança dos filhos em uma mãe que parece não se importar com mais nada, a não ser o violino; e a antiga e decrépita casa, que, embora seja atraente por seu grande porte e por ficar ao lado de um belíssimo lago, está caindo aos pedaços. 
   Matt se aproxima como um despretensioso e solícito amigo da nova família, quando tudo o que deseja é possuir a casa e tudo o que ela contém..


PING-PONG

Título e Capa: Acho interessante como as capas de Jojo Moyes seguem um padrão tão simplista mas, ao mesmo tempo, tão significativo. O desenho ilustra Isabel, com seu violino, com o som do que ela ama. Ou que irá realmente amar.

Como o livro me achou: Black Friday, minha gente! Esse evento não é lenda, não! hahaha. Os livros de Jojo sempre me emocionaram, e não tive medo nenhum de colocar dois dela no meu carrinho, já cheio de livros... s2

Foi Top: a imprevisibilidade é mesmo um talento nato da autora. Por mais que se imagine o final, ela sempre consegue nos surpreender. Mas acho que, desta vez, o que foi top mesmo foram os personagens. Conseguiram criar emoções muito fortes, principalmente de raiva, e isso só se faz com bastante maestria.

Estragou: O que foi top também tem seu lado negativo. Não consigo expressar meu desprezo e repúdio pela personagem Isabel. Adoro vilões, mas detesto gente ruim que é o mocinho/ a mocinha do livro. Que você sabe que, apesar de tudo, vai se dar bem, porque "no fundo, tinha um bom coração"...

Só nesse livro: Acho que só nesse livro você não sabe muito bem pelo que torcer. Você quer que fulano fique com sicrano, mas também não acha bom. Quer que o personagem se dê bem ou mal, mas não sabe como, já que nenhuma das opções também parece muito justa. No fim, você aceita de bom grado o final da autora, que conseguiu amarrar as pontas da melhor forma possível.

Cena Marcante: Byron é o ajudante de Matt nos serviços braçais. Ele aparece na história de mansinho,  como personagem secundário, mas vai ganhando cada vez mais espaço nas linhas e nos corações. Ao notar que o garotinho Thierry é sempre tão estranhamente calado, faz uma proposta que deveria ganhar o troféu fofura:
"- Sabe o que eu faço quando acontece alguma coisa ruim? Conto para Mag ou para Elsie. - Ele deixou as palavras se assentarem no silêncio. - Cachorros são muito úteis. A gente conta algo e eles sempre escutam. Mas nunca contam para ninguém. Que tal você contar ao Pepper e eu ficar sentado sem prestar atenção?"
Mag e Elsie são as cadelas do rústico homem, que viu nos cachorros uma forma de fazer o menino se soltar. O garoto contando seus segredos para o cachorro foi mesmo emocionante. 

Quem me conquistou: Kitty ganhou meu coração desde os primeiros capítulos. Com uma mãe imprestável e sem noção, a adolescente teve que tomar as rédeas da casa e cuindar de tudo. Senti muita pena dela, mas também muito orgulho, desejando que ela tivesse o melhor final.

Quem podia cair fora: Gente, Isabel não pode cair fora, é a protagonista, mas vocês não têm noção do quanto eu odiei essa personagem. Vontade imensa de entrar na história e dar uns tapas bem dados nessa folgada egoísta e jogar pela janela aquela porcaria de violino, direto no lago. Kitty quase fez isso, e eu a amei ainda mais! 
" Era evidente que o que ela [Isabel] amava mais do que qualquer coisa. Se aquele violino idiota não representasse a única esperança deles, Kitty teria jogado o instrumento pela janela do andar de cima." (p. 121)
O que o livro me ensinou: Acredito que tenha sido a máxima do título desse post: As coisas têm o valor que se dá...Claro que existem objetos e imóveis valiosos, mas será que eles valem uma vida? Valem tudo o que se tem? Coisas são apenas coisas, no final. Família, confiança, amor, não têm preço. Muito óbvio? Pois não é que ainda tem gente dando isso, em troca de quinquilharias que costuma se comprar com dinheiro?

   Leitura despretensiosa, que não chega a prender com poderosas garras literárias, mas que dão um bom entretenimento.





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